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REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA de 1932
"A GUERRA ESQUECIDA"
1932 / 2025  (93 ANOS)

 

ALDO CHIORATTO E A REVOLUÇÃO DE 1932
"O menino escoteiro herói na Revolução"

Parte 2 - "A Revolução"

 

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Fotos de algumas das tropas vindas para combater ao lado dos getulistas contra São Paulo
Veja mais abaixo

M.M.D.C.

M.M.D.C.

Em 22 e 23 de maio, estudantes e populares queimaram e empastelaram as redações dos jornais ditatoriais e, nesse conflito, foram mortos pela polícia política da ditadura, entrincheirada nos altos de um prédio da rua Barão de Itapetininga, quatro estudantes de Direito: Mário MARTINS de Almeida, Amadeu MARTINS, Euclides MIRAGAIA, DRÁUSIO Marcondes de Sousa e Antônio Américo de CAMARGO. O nome dos quatro serviu para designar o movimento paulista: M.M.D.C.
O primeiro a morrer foi Camargo, justamente o estudante que era casado e pai de três filhos.
A idéia de revolução tomou conta de todos, sem distinção de classe social. Ninguém podia ficar neutro: ou era a favor ou contra São Paulo! Não se admitia a neutralidade. Enfim, todos eram a favor.

São Paulo estava confiante da vitória, pois contava com o apoio dos militares de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Mato Grosso. Mas somente Mato Grosso manteve-se leal ao pacto. O comandante da Revolução era o general Isidoro Dias Lopes, apoiado fortemente pelo contingente de Mato Grosso, comandado pelo general Bertoldo Klinger.
No dia 9 de julho de 1932, o Interventor Pedro de Toledo telegrafou ao ditador Getúlio Vargas: “Esgotados os meios que ao meu alcance estiveram para evitar o movimento que acaba de se verificar na guarnição desta Região ao qual aderiu o povo paulista, não me foi possível caminhar ao revés dos sentimentos do meu povo”.
Começava a Revolução Constitucionalista.

A Revolução

Cartazes de convocação

Explode em 09 de julho a revolta contra o presidente Getúlio Vargas. Tropas federais são enviadas para conter a rebelião. As forças paulistas lutam contra o exército durante três meses. O episódio fica conhecido como a Revolução Constitucionalista de 1932.

Médicos, engenheiros, químicos, estudantes, operários, padres, freiras, colégios, comerciantes, empresas, associações, indústrias, donas-de-casa e os escoteiros formaram a solidariedade pública. Todos acorreram em massa ao chamado da Revolução. Era a mobilização de todos os recursos humanos e materiais.

Quando se inicia o levante, uma multidão sai às ruas em seu apoio. Tropas paulistas são enviadas para os fronts em todo o Estado.
Foram realizados verdadeiros prodígios de técnica, produzindo munição de infantaria, morteiros pesados e leves, granadas de mão e de fuzil, máscaras antigases, lança chamas, etc. Foram blindados trens, automóveis, e montados canhões pesados sobre vias férreas.
Mas as tropas federais eram mais numerosas e bem equipadas, 35 mil homens de São Paulo enfrentaram um contingente de 100 mil soldados da ditadura

Aviões foram usados para bombardear cidades do interior paulista, e também a capital no Campo de Marte, onde ficavam nossos caças.

 

Soldados e voluntários partindo para o front

Levante paulista
As razões que culminaram no levante começaram em 1930: quando o presidente Washington Luís foi deposto e o paulista Júlio Prestes foi impedido de tomar posse.
Getúlio Vargas ajudado pelos "tenentistas" toma posse da presidência, e lá, ele dissolveu o congresso e os poderes estaduais.
Insatisfeitos, os paulistas começaram a fazer pressão.
Eles exigiam uma nova Assembléia Constituinte, eleições e o fim do governo provisório. Para acalmar os ânimos, Vargas apresentou um novo código eleitoral e marcou eleições. Mas, no dia 23 de maio, um grupo de estudantes tentou invadir o Clube 3 de Outubro, sede do apoio à ditadura. Eles foram baleados e cinco jovens morreram.
Em outubro de 32, após três meses de luta (85 dias), os paulistas se renderam. Prisões, cassações e deportações se seguem à capitulação.
São Paulo lutou contra vinte estados (Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe.mais dois territórios federais: Fernando de Noronha, Amapá), vários desses estados, acreditando na mentira de Getulio, que São Paulo queria se separar do Brasil, enviaram tropas, veja a lista (com fotos) no site Nove de julho.htm.
Embora vencido pela esmagadora superioridade militar da União, São Paulo obteve, sem dúvida, mais cedo do que esperava o triunfo de sua causa. O desafio coagiu o Governo a convocar, um ano depois, a tão procrastinada Assembléia Nacional Constituinte.
Preparou-se desse modo o fim do poder discricionário e deram-se os primeiros passos para a elaboração da Carta Constitucional.
Com a dissolução do Governo Provisório, uma nova República (a segunda de nossa História) teve seu princípio, mas durou pouco, até 1937quando Getúlio instituiu o “Estado Novo”, uma ditadura.


Getulio Vargas

Quando Getúlio Vargas subiu ao poder, não por eleição, mas após um golpe em 1930, não respeitou a autonomia de São Paulo, nomeando um Interventor de outro estado (Pernambuco) João Alberto Lins de Barros, um dos “tenentistas”, no lugar de seu Presidente, Plinio Barreto (nessa época os governadores eram denominados Presidentes). Isso desgostou todos paulistas, principalmente os dirigentes do Partido Republicano Paulista (PRP) que não se conformavam com o fato de São Paulo estar sendo comandado por um “estranho”.

Pedro de Toledo

Concentração no centro da capital

Foi desencadeada uma grande propaganda contra o governo federal, com os lemas: “São Paulo dominado por gente estranha!”, “São Paulo conquistado”, “Tudo pela Constituição” ou “Convocação imediata da Constituinte”.

O Interventor João Alberto pediu demissão em 1931 e Getúlio nomeou então um paulista, Laudo de Camargo, que ficou até novembro de 31, substituído por Getúlio por um militar, carioca, Manuel Rabelo que ficou até março de 32 e só então Getúlio nomeou em 07 de março um paulista, civil, o diplomata Pedro de Toledo, mas era tarde, os ânimos estavam exaltados. São Paulo tinha um Interventor paulista e civil, mas a situação não se acalmou.

No dia 25 de janeiro de 1932, aniversário da cidade de São Paulo, houve um imenso comício na Praça da Sé, colorido com bandeiras de São Paulo. Partidos políticos que eram rivais estavam unidos.
O descontentamento foi aumentando e o povo se revoltou.

 

Telegrama pedindo a suspensão das hostilidades


Vejam também a parte 1 - Os escoteiros

Texto inspirado no site do Grupo Escoteiro Tapajós, acrescido de material do G1 e do site
Guardiões de 32
https://getapajos.wordpress.com/aldo-chioratto-e-a-revolucao-de-1932/

https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2015/07/escoteiro-morto-em-ataque-aereo-em-campinas-e-um-dos-herois-de-32.html

Acessem também o Wikipedia: pt.m.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Constitucionalista_de_1932
 

Algumas das tropas vindas do Norte e Nordeste para combater ao lado das
tropas getulistas contra as tropas paulistas.
Fotos da Revista Careta (RJ)

 



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