M.M.D.C.
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M.M.D.C. |
Em 22 e 23 de maio, estudantes e populares queimaram e empastelaram as redações
dos jornais ditatoriais e, nesse conflito, foram mortos pela polícia política da
ditadura, entrincheirada nos altos de um prédio da rua Barão de Itapetininga,
quatro estudantes de Direito: Mário MARTINS de Almeida, Amadeu MARTINS, Euclides MIRAGAIA, DRÁUSIO
Marcondes de Sousa e Antônio Américo de CAMARGO. O nome dos quatro serviu para designar o movimento paulista:
M.M.D.C.
O primeiro a
morrer foi Camargo, justamente o estudante que era casado e pai de três filhos.
A idéia de revolução tomou conta de todos, sem distinção de classe social.
Ninguém podia ficar neutro: ou era a favor ou contra São Paulo! Não se admitia a
neutralidade. Enfim, todos eram a favor.
São Paulo estava confiante da vitória, pois contava com o apoio dos militares de
Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Mato Grosso. Mas somente Mato Grosso
manteve-se leal ao pacto. O comandante da Revolução era o general Isidoro Dias
Lopes, apoiado fortemente pelo contingente de Mato Grosso, comandado pelo
general Bertoldo Klinger.
No dia 9 de julho de 1932, o Interventor Pedro de Toledo telegrafou ao ditador
Getúlio Vargas: “Esgotados os meios que ao meu alcance estiveram para evitar
o movimento que acaba de se verificar na guarnição desta Região ao qual aderiu o
povo paulista, não me foi possível caminhar ao revés dos sentimentos do meu povo”.
Começava a
Revolução Constitucionalista.
A Revolução
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Cartazes de convocação |
Explode em 09 de julho a revolta contra o presidente Getúlio
Vargas. Tropas federais são enviadas para conter a rebelião. As forças paulistas
lutam contra o exército durante três meses. O episódio fica conhecido como a
Revolução Constitucionalista de 1932.
Médicos, engenheiros, químicos, estudantes, operários, padres, freiras,
colégios, comerciantes, empresas, associações, indústrias, donas-de-casa e os
escoteiros formaram a solidariedade pública. Todos acorreram em massa ao
chamado da Revolução. Era a mobilização de todos os recursos humanos e
materiais.
Quando se inicia o levante, uma multidão sai às ruas em seu apoio. Tropas
paulistas são enviadas para os fronts em todo o Estado.
Foram realizados verdadeiros prodígios de técnica, produzindo munição de
infantaria, morteiros pesados e leves, granadas de mão e de fuzil, máscaras
antigases, lança chamas, etc. Foram blindados trens, automóveis, e montados
canhões pesados sobre
vias férreas.
Mas as tropas federais eram mais numerosas e bem equipadas, 35 mil homens de São
Paulo enfrentaram um contingente de 100 mil soldados da ditadura
Aviões foram usados para bombardear cidades do interior paulista, e também a
capital no Campo de Marte, onde ficavam nossos caças.
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Soldados e
voluntários partindo para o front |
Levante
paulista
As razões que culminaram no levante começaram em 1930: quando o presidente
Washington Luís foi deposto e o paulista Júlio Prestes foi impedido de tomar
posse.
Getúlio Vargas ajudado pelos "tenentistas" toma posse da presidência, e lá, ele dissolveu o congresso e os poderes estaduais.
Insatisfeitos, os paulistas começaram a fazer pressão.
Eles exigiam uma nova
Assembléia Constituinte, eleições e o fim do governo provisório. Para acalmar os
ânimos, Vargas apresentou um novo código eleitoral e marcou eleições. Mas, no
dia 23 de maio, um grupo de estudantes tentou invadir o Clube 3 de Outubro, sede
do apoio à ditadura. Eles foram baleados e cinco jovens morreram.
Em outubro
de 32, após três meses de luta (85 dias), os paulistas se renderam. Prisões,
cassações e deportações se seguem à capitulação.
São Paulo lutou contra vinte estados (Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará,
Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná,
Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina,
Sergipe.mais dois territórios federais: Fernando de Noronha, Amapá), vários
desses estados, acreditando na mentira de Getulio, que São Paulo queria se
separar do Brasil, enviaram tropas, veja a lista (com fotos) no site
Nove de julho.htm.
Embora vencido pela esmagadora
superioridade militar da União, São Paulo obteve, sem dúvida, mais cedo do que
esperava o triunfo de sua causa. O desafio coagiu o Governo a
convocar, um ano depois, a tão procrastinada Assembléia Nacional Constituinte.
Preparou-se desse modo o fim do poder discricionário e deram-se os primeiros
passos para a elaboração da Carta Constitucional.
Com a dissolução do Governo
Provisório, uma
nova República (a segunda de nossa História) teve seu princípio, mas durou
pouco, até 1937quando Getúlio instituiu o “Estado Novo”, uma ditadura.
Getulio
Vargas
Quando Getúlio Vargas subiu ao poder, não por eleição, mas após um golpe em
1930, não respeitou a autonomia de São Paulo, nomeando um Interventor de outro
estado (Pernambuco) João Alberto Lins de Barros, um dos “tenentistas”, no lugar
de seu Presidente, Plinio Barreto (nessa época os governadores eram denominados
Presidentes). Isso desgostou todos paulistas, principalmente os dirigentes do
Partido Republicano Paulista (PRP) que não se conformavam com o fato de São
Paulo estar sendo comandado por um “estranho”.
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Pedro
de Toledo |
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Concentração no centro da capital |
Foi
desencadeada uma grande propaganda contra o governo federal, com os lemas: “São
Paulo dominado por gente estranha!”, “São Paulo conquistado”, “Tudo pela
Constituição” ou “Convocação imediata da Constituinte”.
O Interventor João
Alberto pediu demissão em 1931 e Getúlio nomeou então um paulista, Laudo de
Camargo, que ficou até novembro de 31, substituído por Getúlio por um militar,
carioca, Manuel Rabelo que ficou até março de 32 e só então Getúlio nomeou em 07
de março um paulista, civil, o diplomata
Pedro de Toledo, mas era tarde, os
ânimos estavam exaltados. São Paulo tinha um Interventor paulista e civil, mas a
situação não se acalmou.
No dia 25 de janeiro de 1932, aniversário da cidade de São Paulo, houve um
imenso comício na Praça da Sé, colorido com bandeiras de São Paulo. Partidos
políticos que eram rivais estavam unidos.
O descontentamento foi aumentando e o povo se revoltou.
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Telegrama pedindo a
suspensão das hostilidades |
Vejam também a
parte 1 - Os escoteiros
Texto
inspirado no site do Grupo Escoteiro Tapajós, acrescido de
material do G1 e do site
Guardiões de 32
https://getapajos.wordpress.com/aldo-chioratto-e-a-revolucao-de-1932/
https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2015/07/escoteiro-morto-em-ataque-aereo-em-campinas-e-um-dos-herois-de-32.html
Acessem
também o Wikipedia:
pt.m.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Constitucionalista_de_1932
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